Empresas lucram com suas causas, que vão de inclusão digital a alimentação natural.

Publicado por: Adm.JSANTOS - 01/03/2021 10:56

Confundido com ONG, negócio de impacto precisa ser gerido como outro qualquer.

Aos poucos, crescem no Brasil os negócios de impacto, que são aqueles que se propõem a gerar benefícios à vida das pessoas e ao planeta, além do retorno financeiro.

O conceito ainda é novo no país e, por isso, mal compreendido, adverte Maure Pessanha, diretora-executiva da Artemisia, organização sem fins lucrativos de fomento de negócios de impacto social no Brasil.

“Muita gente acha que eles funcionam como ONGs, que não podem trabalhar com um fluxo de capital normal e não devem distribuir lucros. 

Pelo contrário, um negócio de impacto precisa ser gerido como qualquer outro”, ela diz.

Só que, tão importante quanto a gestão financeira, segundo a especialista, é a conexão autêntica entre o empreendedor e sua causa.

“É possível ser movido por uma paixão genuína e querer ganhar milhões também.”

Uma equipe de atendentes entre 18 e 35 anos ensina idosos a lidar com a tecnologia no dia a dia. 

Nas aulas, que custam R$ 60 por hora ou R$ 250 por mês, com encontros semanais, eles aprendem a navegar nas redes sociais e a usar os recursos do smartphone, entre outras lições práticas.

“Ensinamos tecnologia, mas entregamos fator humano. 

A atenção exclusiva que os idosos recebem naquela tarde pode ser seu único evento social da semana”, diz Viviane.

Até fevereiro de 2020, a Mais Vívida realizava cem atendimentos por mês, com ticket médio de R$ 90.

Quando veio a pandemia, os atendimentos presenciais foram inteiramente suspensos, mas aos poucos vêm sendo retomados no formato online. 

Para surpresa dos sócios, surgiu até um novo perfil de cliente.

“Se antes a faixa etária predominante era de 70 a 90 anos, agora tem aparecido gente mais nova, em torno dos 60, que precisa aprender a usar recursos tecnológicos para trabalhar. 

Uma de nossas clientes tem um brechó com uma amiga e não sabia controlar o estoque pelo Google Drive”, conta a empreendedora.

RADIOGRAFIA DOS NEGÓCIOS DE IMPACTO NO BRASIL

  • 62% se concentram na região Sudeste
  • As áreas de atuação mais comuns são tecnologias verdes (46%), cidadania (43%) e educação (36%)
  • 54% das empresas empregam entre duas e cinco pessoas
  • 57% adotam o modelo B2B (vendem seus produtos e serviços para outras empresas)
  • A maioria (34%) fatura até R$ 100 mil por ano
  • 30% passaram por processo de aceleração e 81% estão captando recursos entre investidores

Fonte: 2º Mapa de Negócios de Impacto (Pipe.Social)